domingo, 15 de março de 2009

PROCESSO DE RECICLAGEM DE PNEUS É ECOLÓGICO E GERA ENERGIA.

Um processo de reciclagem de pneus que é ecológico e ainda gera energia.

Muitas pessoas sabem que um dos grandes problemas dos grandes aglomerados populacionais é uma correta eliminação de pneus velhos.
Largados ao céu aberto, além de poluirem visualmente a paisagem, podem servir de abrigo para animais como ratos e cobras ou acumularem água de chuvas atraindo os mosquitos da dengue. Uma alternativa que existe é incinerá-los para a geração de energia.
O pneu possui um poder calorífico muito parecido com o dos óleos combustíveis e até 25% superior ao do carvão. O problema dessa solução são os resíduos tóxicos e poluentes que contaminam o ar, o solo e os lençóis de água.
Outra forma de se livrar de pneus velhos é reformá-los através de um processo chamado de recauchutagem, em que é reposta a camada superior de borracha da banda de rolamento.
O problema é que o pneu não pode apresentar cortes ou deformações e não pode estar “careca”. Com as precárias condições de conservação do pavimento das estradas e ruas, o pneu acaba sofrendo uma redução muito grande em sua vida útil.
Estima-se que apenas um terço dos pneus velhos estejam em condições de passarem por uma reforma.
A vantagem desse sistema é que fomenta novas indústrias e gera empregos.
Ainda existem alguns outros processos que desvulcanizam ou trituram a borracha para ser utilizada na composição de asfaltos, ou como matéria prima para a fabricação de outros artefatos como tapetes, pisos industriais, rodízios de móveis e carrinhos, sinalizadores de trânsito, solas de sapatos, revestimento de tanques de combustível, entre outros.
Mas esses processos citados geram resíduos nocivos ao meio ambiente e não são auto-sustentáveis do ponto de vista energético.
Por fim, existe um processo de reciclagem que se utiliza de um processo chamado de pirólise, que além de ser mais ecológico e gerar sub-produtos reaproveitáveis, por se tratar de uma reação química endotérmica, produz mais energia do que consome.
Adermais, as usinas de reciclagem que utilizam reatores desse tipo, costumam ser bastante compactas, exigindo pequenas áreas para suas instalações
Já existem várias tecnologias desenvolvidas para a reciclagem de pneus utilizando essa técnica.
A Petrobrás, por exemplo, utiliza essa tecnologia em sua usina de industrialização do xisto betuminoso em São Mateus do Sul, no Paraná.
Como existem várias formas de se reciclar pneus utilizando a pirólise, os resultados variam muito.
Mas uma novidade chamou a atenção do mercado nessa semana.
Duas empresas dos Estados Unidos, EarthFirst Technologies e Orion Industrial Services, se uniram e conseguiram desenvolver uma tecnologia para a reciclagem de pneus utilizando a pirólise, cujas soluções técnicas adotadas fizeram com que o processo fosse aprovado pelos mais rígidos padrões de emissões de poluentes. Como se isso não bastasse, o processo ainda consegue aproximadamente, a partir de um único pneu, recuperar 4kg de carbono (que é vendido para indústrias de fabricação de polímeros), 3,5 litros de óleo (que pode ser usado como combustível ou matéria prima para processos industriais), 1kg de aço e 0,8 m³ de gás combustível para gerar energia. Finalmente, o custo de produção de uma usina de reciclagem desse tipo é inferior ao das alternativas existentes.
Além do óbvio benefício ao meio ambiente, é um processo de inestimável valor social, uma vez que pode criar muitos empregos indiretos nas empresas que prestam serviços às usinas de reciclagem, nas empresas que aproveitam os sub-produtos e ainda, nas comunidades de baixa renda, ao proporcionar a atividade de recuperação e coleta de pneus velhos.

domingo, 1 de março de 2009

MAR SUBIRÁ 1,80 M ATÉ O ANO 2100

Mar subirá 1,80 m até 2100, diz estudo
A velocidade com que o nível do mar está subindo agora é quase o dobro daquela verificada no século 20. Já se sabia que o fenômeno -alimentado pelo aquecimento global- era grave, mas os dados mais recentes, coletados desde 1993, mostram que a elevação da linha d'água até 2100 será de 1,80 metro, mais do que o dobro da prevista pelo painel do clima da ONU. "Entre 1993 e 2008, a taxa média global registrada foi de 3,4 mm por ano", disse à Folha a pesquisadora francesa Anny Cazenave, do Centro Nacional de Estudos Espaciais de Toulouse (França). Esse número, obtido por medições de satélite que geraram uma série histórica inédita, ganha um ar de gravidade quando comparado a outro: entre 1950 e 2000, a elevação média do mar era de 1,8 mm por ano, diz a cientista. "Mas a maior surpresa não é essa", diz Cazenave, que apresentou suas recentes medições -processadas até dezembro- na reunião da AAAS (Sociedade Americana para o Avanço da Ciência), encerrada na semana passada em Chicago. "As causas dessa aceleração do nível do mar também mudaram", diz. Entre 2003 e 2008, o derretimento das geleiras e dos mantos de gelo (Groelândia e Antártida) contribuiu com 80% da elevação. A expansão térmica -o aumento de volume da água pelo aquecimento- ajudou com cerca de 20%. Na virada do século, porém, o cenário ainda era diferente. Entre 1993 e 2003, o aquecimento da água do mar explicava 50% do fenômeno, enquanto as massas de gelo respondiam por 40%. (Ainda não existem dados para explicar os 10% que fechariam a conta.) Para os cientistas, não há dúvida: as atenções devem ser voltadas agora para regiões como o Ártico, a Antártida e as demais geleiras continentais. Entre essas áreas, o norte da Terra é o mais rico em gelo. Um metro a mais "Hoje, tanto os mantos de gelo quanto as geleiras continentais [na Antártida, na Groelândia, nos Andes ou no Himalaia] têm igual relevância, mas tudo indica que os primeiros serão cada vez mais importantes daqui para a frente", disse Stefan Rahmstorf, pesquisador da Universidade de Potsdam (Alemanha), que apresentou suas pesquisas no evento da AAAS, às margens do rio Chicago. As contas do pesquisador alemão sobre o futuro do nível médio do mar indicam que os modelos apresentados até hoje estão otimistas demais. "Em 2100, posso dizer agora, o nível dos oceanos deverá estar aproximadamente um metro acima do que estava previsto pelo modelo [mais pessimista] do IPCC", o painel do clima das Nações Unidas que contou com a participação de Rahmstorf. Acreditava-se que nível do mar não deveria subir mais do que 60 cm até 2100 (comparado com 1980-1999). Agora, porém, estima-se a marca de 1,80 metro. "E o nível do mar não vai parar de subir em 2100. Ele poderá chegar até 3,5 metros em 2200 e bater os 5 metros em 2300", disse Rahmstorf. No passado, mostrou o pesquisador, o nível do mar atingiu o pico há 40 milhões de anos. As águas estavam mais de 70 metros acima do que estão hoje. Apesar de um nível do mar elevado não ser novidade para o planeta, a espécie humana, que surgiu há apenas 200 mil anos, nunca viu algo assim. De acordo com Cazenave, as medições já feitas nestes últimos 16 anos mostram três regiões onde a subida do nível do mar já é realidade. "As áreas mais afetadas são o oeste do oceano Pacífico, o litoral da Austrália e também a Groelândia", diz a cientista. Como as previsões não são uniformes, e levam em conta valores médios, uma pergunta de interesse pessoal foi feita por um espectador da palestra em Chicago. "Sou da Flórida. Quero saber o que vai ocorrer lá", disse. "Vocês [cientistas] é que têm de dizer onde o mar subirá nos próximos anos." Mas os cientistas silenciaram, e a questão também continua aberta para quem vive na Califórnia, no Taiti ou no Recife. Diante da dúvida, o melhor que cidades costeiras têm a fazer é se prepararem para o pior. (Fonte: Folha Online)